segunda-feira, 19 de março de 2012

Uma conta difícil

Segue a redação que enviei no mês de fevereiro para o banco de redações do uol




O ciclo da vida é de uma perfeição sublime: Os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem, morrem e transformam-se em alimentos para os novos seres vivos, tudo de forma delicadamente arranjada para que nada falte e nada sobre, uma equação inalterável calculada por bilhões de anos pela natureza.

Porém, um ser vivo conhecido como homem, com sua racionalização, aprendeu como alterar a equação para facilitar sua existência, mesmo sem entendê-la direito. Criou ferramentas para aumentar sua segurança e diminuir seu esforço, com isso tornou-se o ser predominante no mundo e cada vez mais desenvolvendo ferramentas para satisfazê-lo. Desprezando todo o resto.

Como ser predominante, o homem expandiu sua população de forma absurdamente rápida, gerando necessidades cada vez maiores e criando ferramentas cada vez mais eficientes para saciá-las. Porém, com todo esse consumo, a equação que a natureza havia desenvolvido para dar seguimento á vida já não é tão simétrica, o ciclo não consegue completar-se de forma adequada na velocidade e na forma que o homem pede. Tudo isso tem gerado graves reações adversas, uma delas é o acumulo do que chamamos de lixo.

Lixo é todo tipo de sobra de algum produto consumido pelo homem que para ele já não tem mais valor. Como o consumo nos dias de hoje é voraz, tanto pelo tamanho da população, quanto pela necessidade de consumo na sociedade capitalista, a criação deste lixo também atinge escalas absurdas. Segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), cada brasileiro, em 2010, produziu 378 quilos de lixo.

Antes das ferramentas e dos produtos sintéticos criados pela raça humana, este “lixo” era absorvido pela própria natureza transformando se em alimento para outros seres vivos de forma equilibrada, sem deixar resíduos. Hoje, como a natureza não consegue este feito, o homem desenvolveu formas de recolocar os resíduos no ciclo, como a reciclagem, e também tem tentado uma forma de consumir mais responsável.

Com essas alternativas para absorção de resíduos funcionando, muito dos problemas do consumo atual poderiam diminuir, mas infelizmente as alternativas não funcionam como o desejado. O homem ainda não tem sabedoria suficiente para trabalhar como a natureza, ele não consegue desenvolver sua própria equação com valores tão altos de preguiça, ganância e hipocrisia como os que temos hoje. Se diminuirmos estes valores teremos alguma chance de equilibrar o ciclo novamente, se não diminuirmos, fatalmente um futuro obscuro nos esperará.

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