quarta-feira, 28 de março de 2012

RIP Millor

Um dos humoristas mais inteligentes que já vi. Leia abaixo os "apotegmas do vil metal". Textos breves sobre a

economia e a vida.

http://www2.uol.com.br/millor/economia/018.htm

"Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus." (Millor Fernandes)

segunda-feira, 26 de março de 2012

The Wall - Roger Waters

Fui obrigado a postar aqui a reportagem da Revista Rolling Stones sobre o musical The Wall de Roger Waters. Leiam abaixo e compartilhem comigo a vontade de ter ido nesse show:

Edição 51 - Dezembro de 2010

Reerguendo o Muro

Como Roger Waters, ex-Pink Floyd, domou seus demônios, retomou seu legado e ressuscitou a obra-prima The Wall


Leia aqui:

http://rollingstone.com.br/edicao/51/pink-floyd-roger-waters-reerguendo-o-muro 

sexta-feira, 23 de março de 2012

Polêmicas: Os gigantescos nadas


Com toda essa polêmica sobre a lei geral da copa e sobre vender ou não bebida alcoólica nos estádios, parei para pensar: como são inúteis as polêmicas.

Todo ano surgem uma, duas, três, várias polêmicas que mobilizam o país inteiro. Verdadeiras febres, todo mundo tem de saber um pouco para dar sua palpitada. Mas o que me intriga mesmo é como assuntos de tão pouca importância acabam no centro das atenções. Como o caso da bebida alcoólica.

Sinceramente? To pouco me lixando se será ou não aprovado beber água, pinga ou diesel nos estádios. Eu fico preocupado mesmo é com o que farão com os estádios no Amazonas, Mato Grosso e Distrito Federal quando a copa acabar, ou melhor, até enquanto a copa durar, porque eu acho algo totalmente incabível (para não dizer idiota) construir estádios de centenas de milhões de reais para haver DOIS jogos com mais de 10 mil pessoas nele. Não é possível. Como os nossos representantes deixam passar algo tão grandioso e estapafúrdio como esses estádios e agora se mobilizam aos montes para discutir se vendem ou não cerveja?



Outra coisa que todo ano de eleição entra em pauta e todo ano me deixa puto é a questão do aborto. Todo debate alguém faz a miserável pergunta sobre o aborto. Eu me pergunto: Para que? Por quê? Qual a relevância disto? Parece que, sei lá, aborto é uma palavra que surge só de 4 em 4 anos, em ano de eleição presidencial, para que algum candidato fale que é neutro sobre a questão e que temos de fazer um plebiscito e blá, blá, blá.

A polêmica em torno de privatização também me deixa mal humorado. 90% das pessoas que falam mal do assunto não sabem 5% do básico sobre ele, só sabem falar “estão vendendo nosso país”. E isso parece algo contagiante, parece que todos querem poder falar que “estão vendendo nosso país”, é patriótico, quase heróico.

E o mais engraçado é que depois de toda a discussão em cima das polêmicas, nada acontece. Todo mundo esquece do assunto e partem para outro sem ter encontrado soluções. Parece um balão de ar, que vai enchendo, crescendo e quando está bem grande, estoura e desaparece. Não deixando nenhum legado além de pulmões desgastados.


Ainda sobre polêmicas, vale lembrar a celebrada frase de Bruno Rodrigues:
“Hoje vamos falar sobre um assunto polêmico: Mamilos! Mamilos são polêmicos”.

terça-feira, 20 de março de 2012

A normalização das falcatruas

Achei sensacional a reportagem do Fantástico sobre corrupção (esta aqui). Um repórter tem de ter muita coragem para ficar frente a frente com esse tipo de gente e depois, facilmente reconhecível, por ao ar o que ouviu destes ratos. E o que ele ouviu, meu amigo, é assustador.

O que mais me chocou na matéria foi a forma espontânea que os empresários falavam do esquema de dar propina para ganhar as licitações, como se não tivessem cometendo nenhum crime, como se o negócio fosse igual a qualquer outro. Outra senhora ainda falou que era a ética do mercado que estabelecia estes parâmetros, ou seja, que estas falcatruas jazem normalizadas.

Sem amaciar o impacto, a verdade é que esta senhora tem razão. Á partir do momento que falamos “todo político rouba mesmo”, “o governo não tem mais jeito”, “é um bando de ladrão” estamos normalizando a corrupção, estamos dizendo que, sim, sabemos que estão nos fodendo e não vamos fazer nada sobre isso. É o tal do sapo na panela: eles roubam um pouco, não dá problemas, roubam de novo, sem problemas, roubam mais uma vez e alguém pega, mesmo assim não acontece nada. Logo estão roubando tudo que puder, afinal, é fácil e não tem punição. E o melhor: todos são CONIVENTES.

Será que os contadores dessas empresas ilícitas não vêem o furo no balanço? Será que o tesoureiro não vê o furo no caixa? Quantas pessoas estão envolvidas no processo? Quantas denunciam alguma coisa?

Pois é, depois vem um monte de neguinho que sabe destes esquemas, e até participa passivamente, reclamar da educação, da SAÚDE, sendo que está ajudando a desviar a verba para comprar equipamentos HOSPITALARES. Pense nisso, o que vimos foi um roubo no orçamento da saúde, furos que só nessa reportagem passaram de 2 milhões. Isto em 60 dias de investigação. Imagine quantas pessoas deixaram de ser atendidas por causa da ganância desses bandidos? Talvez pessoas até morreram em filas de hospitais por causa dela.

Tudo isso, meus caros, acontece por nossa passividade e hipocrisia. Fingimos ser apenas mais uma engrenagem inanimada do sistema, mesmo sabendo que sem nossa sinergia nada disso aconteceria. Queremos o perdão, nos cobrimos de desculpas para poder livrarmo-nos do trabalho de lutar pelo justo. Generalizamos a classe política para poder se isentar da responsabilidade de escolher bons líderes. Normalizamos as falcatruas por preguiça de combatê-las.

Mas se achamos que está bom assim, se achamos que estas palhaçadas são paralelas às nossas vidas e que é melhor estar quentinho na merda que passando frio fora dela, que continuemos inertes. Como diz aquela música do Engenheiros: Se queres paz, prepare-se para a guerra, se não queres nada, descanse em paz.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Uma conta difícil

Segue a redação que enviei no mês de fevereiro para o banco de redações do uol




O ciclo da vida é de uma perfeição sublime: Os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem, morrem e transformam-se em alimentos para os novos seres vivos, tudo de forma delicadamente arranjada para que nada falte e nada sobre, uma equação inalterável calculada por bilhões de anos pela natureza.

Porém, um ser vivo conhecido como homem, com sua racionalização, aprendeu como alterar a equação para facilitar sua existência, mesmo sem entendê-la direito. Criou ferramentas para aumentar sua segurança e diminuir seu esforço, com isso tornou-se o ser predominante no mundo e cada vez mais desenvolvendo ferramentas para satisfazê-lo. Desprezando todo o resto.

Como ser predominante, o homem expandiu sua população de forma absurdamente rápida, gerando necessidades cada vez maiores e criando ferramentas cada vez mais eficientes para saciá-las. Porém, com todo esse consumo, a equação que a natureza havia desenvolvido para dar seguimento á vida já não é tão simétrica, o ciclo não consegue completar-se de forma adequada na velocidade e na forma que o homem pede. Tudo isso tem gerado graves reações adversas, uma delas é o acumulo do que chamamos de lixo.

Lixo é todo tipo de sobra de algum produto consumido pelo homem que para ele já não tem mais valor. Como o consumo nos dias de hoje é voraz, tanto pelo tamanho da população, quanto pela necessidade de consumo na sociedade capitalista, a criação deste lixo também atinge escalas absurdas. Segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), cada brasileiro, em 2010, produziu 378 quilos de lixo.

Antes das ferramentas e dos produtos sintéticos criados pela raça humana, este “lixo” era absorvido pela própria natureza transformando se em alimento para outros seres vivos de forma equilibrada, sem deixar resíduos. Hoje, como a natureza não consegue este feito, o homem desenvolveu formas de recolocar os resíduos no ciclo, como a reciclagem, e também tem tentado uma forma de consumir mais responsável.

Com essas alternativas para absorção de resíduos funcionando, muito dos problemas do consumo atual poderiam diminuir, mas infelizmente as alternativas não funcionam como o desejado. O homem ainda não tem sabedoria suficiente para trabalhar como a natureza, ele não consegue desenvolver sua própria equação com valores tão altos de preguiça, ganância e hipocrisia como os que temos hoje. Se diminuirmos estes valores teremos alguma chance de equilibrar o ciclo novamente, se não diminuirmos, fatalmente um futuro obscuro nos esperará.

terça-feira, 13 de março de 2012

PIB: Nada a comemorar aqui.

E o PIB do Brasil recentemente ultrapassou o do Reino Unido e se tornou o 6° maior do mundo. PIB é o que o país produz em valores, geralmente medido no ano. Logo, o Brasil passou a produzir mais que o Reino Unido. Beleza, o Brasil só tem um território 35 vezes maior que o do Reino Unido e uma população 3 vezes maior. Produzir mais é questão de necessidade. Nada a comemorar aqui.

Em contrapartida em um outro índice que vira e mexe aparece na mídia, o Brasil ainda está 56 posições abaixo dos ingleses. O índice que estou falando é o IDH, o índice de desenvolvimento humano.

O que se absorve destes dados é que, se por um lado o Brasil produz muito dinheiro, por outro, produz pouco desenvolvimento humano, o que é muito mais importante que o dinheiro. Exemplo: A China é a dona do segundo maior PIB. Alguém aqui gostaria de morar na China? Eu duvido.

Como disse há um bom tempo atrás aqui neste blog: Que o crescimento brasileiro virá, todos sabemos, o que eu quero saber é como virá. Não adianta querer produzir a torto e a direito sem uma estrutura adequada. É como querer construir um prédio de 100 andares sem se preocupar com a estabilidade dos alicerces. Investir em cultura, educação, serviços é uma prioridade maior que investir em industrialização e consumo.

A economia está tão voltada para a manutenção da produção que não enxerga que não precisamos mais do que está sendo produzido na escala que está sendo produzido. Não me interessa como vão fazer para vender mais carros, me interessa saber onde vão enfiar esses carros vendidos. Será que não vêem que carro não é um item com obsolescência de curto prazo? Não, não precisamos de mais carros, onde está o “estudo da escassez” para mostrar isso? "Ah, mas a industria automotiva é uma das que mais sustentam o crescimento brasileiro" me dizem. Na boa, se for para crescer assim, só para o PIB ficar bonitinho, prefiro que fique estagnado.

Sim, concordo que para que o país se desenvolva precisamos de dinheiro e que para isso precisamos produzir, mas calma lá, não deixemos o capitalismo subir a cabeça. A ordem é produzir o que precisamos consumir e não consumir o que precisamos produzir.

Quando o IDH do Brasil passar o do Reino Unido me chamem, aí sim, vou comemorar.