terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Será o fim do império Google?

retirado de Knight Center for Journalism

Jornais planejam deixar conteúdo de fora do Google

Editoras de jornais de Denver e Dallas podem se unir a Rupert Mardoch e seu conglomerado de comunicação News Corp., e bloquear parte de seu conteúdo no site de notícias da Google, informa o diário El Economista, com informações da Bloomberg.
A News Corp., segunda maior empresa de mídia dos Estados Unidos (atrás apenas da Disney), está em negociação com a Microsoft para entregar os direitos exclusivos para difusão de seus conteúdos do novo portal da companhia de software, Bing, informaram os jornais Financial Times e El País.
A Corporação Australiana de Radiodifusão acrescenta: “Microsoft e Rupert Murdoch uniram forças contra um inimigo comum. (...) A Microsoft quer transformar seu próprio sistema de busca, o Bing, em um verdadeiro concorrente da Google”.
Murdoch já havia ameaçado este mês remover todo o conteúdo de seus jornais – inclusive o Wall Street Journal e o Times de Londres – como parte dos planos da News Corp. de cobrar por todo seu conteúdo online.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Seres do Céu, Eywa e Avatar

Atenção! O post está infestado de spoillers do filme Avatar. Para os que ainda não tiveram o prazer de assistir o filme, recomendo que o assistam antes de ler.



Esse tal James Cameron é mesmo um talento diferenciado! Foi-se Terminator, Titanic e agora o lindíssimo Avatar, todos frutos de uma dedicação louvável do rapaz. Seu último, o dito Avatar, é um dos filmes mais bonitos que já vi, tanto do ponto de vista estético (3D LOL), quanto do narrativo. É impossível não se emocionar com o drama Na'vi (os humanóides extraterrestres do filme), com a devastação do habitat natural deste sábio povo em prol do extrativismo capitalista. É de cortar o coração, e infelizmente é uma realidade, não chega a ser do grau interplanetário, mas que o extrativismo está descontrolado isto sem dúvidas!
Juro. Quando vi a cena da derrubada da grande árvore pensei estar vendo o desmatamento amazônico na tela. Mas no lugar da grande árvore, via centenas delas. No lugar dos Na'vi, via uma variedade imensa de animais, muitos deles presentes apenas aqui no Brasil. Na minha fértil imaginação, apenas uma coisa permaneceu do mesmo modo do filme: A sociedade capitalista inconseqüente causadora de todo este transtorno.
Ouvi em todos os meios de telecomunicação que este foi o ano em que menos se desmatou a Amazônia deste que começaram as estatísticas, mas em poucos meios ouvi dizer que continua sendo desmatada uma área do tamanho do Morumbi por dia. A redução do desmatamento não pode ser apenas uma justificativa para a poluição desenfreada da sociedade. A sustentabilidade, tão citada por políticos e afins, tem de ser mais que á mera retórica comum nos discursos. Só assim conseguiremos conciliar a atividade industrial com o ciclo natural do planeta. O difícil é mudar nosso estilo de vida e abdicar do capital provido da devastação.
Como toda boa narrativa, Avatar tem um final feliz. No final das contas, os seres azuis conseguem, com a ajuda de Eywa, expulsar os humanos e sua corporação de Pandora e reconstruir sua perfeita sociedade. Infelizmente, no mundo real não temos a mesma consciência dos Na’vi da importância da natureza e nem a mesma dedicação em protegê-la, o que pode custar nosso final feliz. Para os pessimistas, realmente não podemos alterar os hábitos das grandes “enterprises” que dominam o sistema e fazem a maior parte da sujeira, mas se mudarmos nossos próprios já teremos algum resultado, só não podemos largar mão. Afinal quem está por trás do “monstro invisível” se não nós?

Ref.:
     As estatísticas do desmatamento amazônico foram retiradas de Imazon e G1;
     Para saber mais sobre a sustentabilidade pode-se acessar Portal da Sustentabilidade ou Planeta Sustentável;
     Enterprises, palavra inglesa, refere-se a Empresas ou Corporações;
     Monstro Invisível é uma referência a música homônima d'O Rappa.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Iron Man 2!

Saiu o trailer do aguardadíssimo Iron Man 2. Sempre me senti atraido pela trama em volta deste personagem: a vida corporativa, as relações políticas e sua instabilidade psicológica. Tudo muito intrigante e curioso, sem dúvida um dos mais interessantes super-heróis de todos os tempos.
O primeiro filme dele fora muito bom, um prólogo, como "Batmam Begins". Agora espera-se um filme como "Batman - The Dark Knight", já que como os personagens já foram apresentados, é mais fácil trabalhar suas personalidades, sem precisar desacelerar a trama.
Confiram no trailer uma ponta da trama de Iron Man 2 [COOL]:

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O outro lado do aquecimento!

O artigo abaixo, retirado da UOL, exibe a opinião de um importante climatologista brasileiro. Segundo ele, o discurso de aquecimento global, não é inventado, e sim, recortado em partes para enfatizar uma inconveniência que talvez não seja tão verídica.
Fica claro agora, a facilidade em manipular questões científicas de grandes proporções politicas e sociais. Indiferente da veracidade do artigo abaixo, jamais deveria haver um abismo tão colossal entre um embasamento científico que defende uma tese e outro que a reprime, ainda mais em embasamentos tão importantes para todo o planeta. Há muitas coisas erradas nesta história e muitos interesses em risco.


"Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul

Por Carlos Madeiro
Especial para o UOL Ciência e Saúde

Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.








Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O metereologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.
UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.
UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.
UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se mede.
UOL: Mede-se errado hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.
UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?
Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.
UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.
UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.
UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.
UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.
UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.
UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.
UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?
Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.
UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.
UOL: Mas o mar não está avançando?
Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.
UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de  Kyoto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.
UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.
UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Real Perigo

Retirado de The Washington Post

O país do momento é o Brasil, aquele caldo de nacionalidades de quase 200 milhões de pessoas. Uma democracia próspera, que tem um presidente muito popular e acentuada queda da pobreza. Para manter seu sucesso maravilhoso nos trilhos, o Brasil pode ter que fazer algo que horroriza seus diplomatas: enfrentar a China. A vulnerabilidade do Brasil vem de sua moeda, o real, que saltou um terço em relação ao dólar no ano passado. Um novo aumento pode prejudicar os exportadores e tornar impossível aos produtores nacionais competir com as importações baratas, perfurando a vitalidade em que o milagre brasileiro é predicado. As forças motrizes (de valorização) do real não estão prestes a se inverter. O primeiro indicador é á fragilidade da economia dos EUA, que faz com que o Fed (banco central dos EUA) mantenha as taxas de juro baixas, induzindo o capital a procurar retornos mais elevados em quaisquer lugares. O Brasil é o destino favorito: suas taxas de juro são altas e as condições financeiras inspiram confiança. A segunda força motriz que está fortalecendo o real é a China. No último ano a China voltou a atrelar sua moeda ao dólar, então o yuan seguiu a queda da divisa norte-americana, martelando a capacidade do Brasil de competir com os produtos chineses. Enquanto isso, o ilogicamente fraco yuan atinge produtores em outros países, encorajando os bancos centrais a manter taxas baixas de juro e levando mais capital ao Brasil.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Impressões Novo Enem


Confesso que sai da sala 8 do bloco B no domingo um pouco angustiado. O segundo dia do Enem realmente fora cansativo, até mais que o imaginado, pois mesmo tendo o feito já no sábado, a prova de domingo conseguiu superar qualquer preparo prévio.
No segundo dia foram 90 questões que, simplificando, eram de português e matemática mais a redação. Para a redação foi disponibilizado uma hora além das quatro de costume, ou seja, cinco horas de exigido raciocínio. Cansativo? Além do suportável, porém mesmo cinco horas não foram suficientes para que eu conseguisse terminar o questionário de modo adequado. Dei uns dez a quinze chutes cegos.
Acredito que em relação à geral, ainda me sai bem. Dos muitos colegas que participaram a grande maioria, para não dizer todos, constataram-me que metade das respostas veio de palpites, nada de inesperado.  As intermináveis páginas, cada uma com duas ou três questões e textos relativamente grandes, eram um desafio a superar, um tédio. Quando as letras começaram a embaralhar-me as vistas, veio o pensamento: Será que havia sido previsto, pelo ministério da educação, tamanha dificuldade e cansaço? Era essa a proposta, uma prova de resistência psicológica e raciocínio rápido? Bom, se era, foi direcionada para  público alvo errado!
O ensino da escola pública brasileira é de indubitável baixa qualidade. Como prova viva disto, vi no Enem um quebra-cabeça muito além do que temos a capacidade de montar. Talvez, na concepção de Haddad, esta dificuldade da prova seja um meio de tornar explícita a real situação da educação no país e assim, de feridas a mostra, buscarmos um meio de melhorá-la. A impressão que me fica, no fim das contas, é que o Novo Enem é um importante passo para a educação brasileira, se não é diretamente na melhora de qualidade, ao menos serve para a análise mais aprofundada dos problemas geralmente maquiados por motivos políticos. O novo Enem não é a solução, mas faz a busca por ela torna-se um pouco mais fácil.

Um som filosófico

Teatro Dos Vampiros
 Legião Urbana
 Composição: Renato Russo

Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...

E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...

Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego...

Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...

Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito...

Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...

Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...

Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sonhos cotidianos e o fantástico mundo das narrativas



Quando Oscar Wilde disse "A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida" creio que pecou em um pequeno detalhe: A vida nem sempre imita arte. Apenas deseja imitar!
No último sábado, cedendo à insistência da namorada, fui assistir ao filme "Lua Nova" que já é um grande sucesso de bilheteria (não tanto de crítica) atraindo milhões de fãs (99% do sexo feminino) para as poltronas do cinema. O filme em questão pertence a  "Saga Crepúsculo", cuja narrativa insossa jamais me permitira entender qual o motivo de tanta popularidade do conto. Seriam os garotos sem camisa dos filmes os responsáveis? Seria a "boa" e velha estória de vampiros? Seria o romance e o triângulo amoroso que discorre por entre o roteiro? Seria a semelhanças das fãs com a protagonista?
O fato é que o grande atrativo de Crepúsculo, como o de boa parte dos blockbusters americanos, é a interatividade entre a realidade contemporânea e o fictício instigante, a soma de mundo normal com fatos imaginários. Existem mesmo muitas garotas com personalidade parecida com a de Bella (a mocinha do filme), no entanto as experiências vividas pela personagem são, ao mesmo tempo, impossíveis e excitantes para estas meninas. Logo elas vêem nas telas do cinema um sonho tangível, se vêem no lugar das personagens, um desejo realizado por duas horas. Por isso tantas fãs.
É tudo bobagem? Coisa de mulherzinha? Então quero que atire a primeira pedra o garoto que nunca sonhou ter sido picado por uma aranha radioativa, ou melhor, o homem que nunca imaginou ter capacidade suficiente para varrer as ruas de assassinos e ladrões os quais assombram nossa sociedade. São nas narrativas que podemos satisfazer nossas vontades, encontramos personagens com o poder de fazer o que queríamos poder fazer, são nelas que obtemos um pouco mais de felicidade.
"A vida deseja imitar a arte muito mais do que a arte imita a vida" - Talvez porque a arte parece ser sempre tão perfeita. Até em suas irregularidades, distúrbios, parece sempre completa, signifitiva, diferente de nossas vidas sem sentido as quais apenas vivemos, sem rumo traçado, sem funções convenientes, apenas com a certeza de que irá acabar, com a certeza de que um dia nos desligarão da Matrix (por que não?).